domingo, 15 de março de 2015

A saudade e a feira da ladra

Começo o ano com uma enorme saudade de Lisboa, a que se acresce um sentimento de nostalgia à medida que me despeço do meu bairro e preparo a mudança para um novo, mais permanente. A sensação tem sido de sentir o tempo passar entre os dedos e a incapacidade de o fazer parar...Daí a ausência no blog.

Mas a saudade apertou e voltou a apertar, e tive de voltar a encher o coração de Lisboa. Nada melhor do que uma visita ao seu coração, à bela colina onde se respira história, fado e pessoas. Subi Alfama, percorri escadarias, dei com becos sem saída enfeitados de vasos e floreiras, desviei-me do eléctrico em ruas em que mais parecia não podermos passar os dois, até que chego à Graça e à concorrida feira da ladra numa manhã solarenga.

As bancas estendem-se a perder de vista, tesouros e tralha misturam-se num amontoado organizado. Novos e velhos de um e outro lados da banca. Coisas portuguesas, coisas do outro lado do mundo, coisas que o tempo apagou a origem... Bamboleio por entre os estreitos corredores tentando não deixar escapar nenhum pormenor. Namorei um baú de viagens de navios, comprei loiças das Caldas – não essas loiças das Caldas!!? umas taças em forma de folha de couve, e pulseiras vindas da Índia a antecipar a Primavera que aí vem.

 

 

Por fim terminei com um dos tesouros mais bem guardados, o miradouro do Jardim de Santa Clara. Ali bem no meio da feira, a calmaria, o verde da relva, a sombra agradável das árvores, e azul ao fundo, o imponente Tejo. Conseguimos sentar-nos no simpático quiosque onde comemos uma maravilhosa tosta de mozzarela e tomate seco, e um chá de gengibre para aquecer o corpo.

Já com nova saudade à medida que me afasto novamente, desta vez para uma semana na Áustria... Até breve Lisboa.

 

 

 

 

 

 

 

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